30/04/2010

Danem-se

Ontem estive de folga... E hoje também. E amanhã também estarei... 3 dias seguidinhos. Um bónus. No entanto, ontem, logo de manhãzinha comecei a sentir-me encolher, asmática, desesperada... Tentei contornar mas estava sozinha em casa e não é fácil... Então, em vez de me deitar no chão, de pijama e toda despenteada, vesti-me e fui à rua. Fui à peixaria e ao electricista mas isso foi tão rápido que não chegou para apagar o medo de voltar a casa. Decidi ir para o trabalho a pretexto de ver se já teriam saído os horários do próximo mês. Quando lá cheguei, havia muito movimento e os colegas estavam todos atarefados. Pediram-me ajuda. E eu fiquei lá, FELIZ DA VIDA!!! Passei entre 1h30 a 2h, não sei bem, no meu local de trabalho, no meu dia de folga... E gostei tanto!
No final do dia, encontrei-me com os amigos do costume, a quem contei sobre o que tinha feito. O comentário deles foi algo do tipo "quem não tem mais nada que fazer, é isto. nas folgas, vai trabalhar."
Não era isto que eu queria. É claro que eu tinha o que fazer, mas não conseguia. Eu queria era: "vês??! vês como és valente? em vez de fazeres como antes, ficar encolhida em casa, tomaste uma atitude e foste em busca de distracção e alívio. Foste para o trabalho? E sentiste-te melhor? Que óptimo! Para a próxima já sabes, não te deixes ir abaixo. Quando te sentires pequena, sai, vê gente. A tua casa é um mundo pequeno e é normal que sintas que és a única coisa da qual o mundo depende para girar e sintas medo por isso. Mas, ao saíres, vês que não é assim, que o mundo é grande e não pára de girar se tu parares de correr. Hoje deste mais um passo."
Mas não. Em vez disto, fui rotulada de tola.

28/04/2010

"Rise" - Gabrielle

"Look at my life
Look at my heart
I have seen them fall apart
Now I'm ready to rise again.
Just look at my hopes
Look at my dreams
I'm building bridges from these scenes
Now I'm ready to rise again"

Não sei porque me lembrei desta música. Nem costumo pensar nela nunca... Mas veio-me à cabeça, há pouco, e a letra é tão bonita que achei que merecia ficar guardada...

26/04/2010

Apetecia-me mesmo.... #5

... ser daquele tipo de pessoas que prefere arriscar tudo, passar por imbecil, mas tentar elevar-se. Arriscar um domínio novo e diferente.
Não ser daquele tipo de pessoas que encontra um canto onde se sente confortável, uma área que domina com facilidade, e que se deixa ficar por aí, recebendo com satisfação os elogios que vão aparecendo.
Qual o mérito nisto?
Apetecia-me ser do primeiro grupo, mas acho que me pareço mais com o segundo. E não é uma questão de eu mudar. Isto é uma coisa muito intrínseca, tem que vir cá de dentro. Não dá para entrar naquele grupo. Ou se é, à partida, ou então, não.

23/04/2010

Apetecia-me mesmo.... #4

... um abraço... Eu, que nem sou nada dada a contactos físicos... Um abraço grande, envolvente, invasor, sufocante...
Um abraço. Com um perfume bom...

20/04/2010

Meu querido

Meu querido... o que foste tu fazer? ...o que ias fazendo??!
Sabes? Há muito tempo eu tenho uma teoria... Só o faz quem é fraco. Porque quem decide não voltar a acordar é porque acha que o que vai encontrar é melhor do que o que tem aqui... mais fácil. E quem opta pelo mais fácil, sem se importar com o que vai ser dos outros, sem se importar com o desperdício daquilo que tem como mais natural e garantido, que é a vida, quem opta pelo mais fácil e confortável para si, em detrimento de tudo o resto, é fraco...

Eu tinha esta teoria. Tenho, ainda.
Mas agora tu vens complicar tudo, porque eu sei que não és fraco. Não queres ser fraco. Vou considerar o teu caso como a excepção que sempre confirma a regra...

Já alguma vez pensaste na quantidade de coisas que deste ao mundo durante a tua vida?! Na quantidade de gente que influenciaste?,e a mim, tanto??! Já pensaste nas coisas que criaste? Nas alegrias e sorrisos que fizeste brotar? Nas coisas bonitas que construíste?
Sabes?, quando vais num caminho de terra e o teu sapato bate numa pedra... A pedra foi tocada por ti. Jamais voltará a ser a mesma, a estar no mesmo sítio... Ao mesmo tempo, no teu sapato ficou um bocadinho do seu pó. Tu também já não serás o mesmo novamente...
Somos,todos nós, pedras e pó e sapatos sujos.
Já viste bem como somos dependentes e nos influenciamos??! E como ficaríamos coxos se alguém cortasse a corrente? Como eu ficaria orfã? como algum pai ficaria sem filho; uma irmã ficaria sem o seu irmão; aquela pessoa que passa por ti todos os dias ficaria sem um "bom dia"...

E isto porquê? estás triste? sentes que não consegues melhorar? não consegues chegar lá? não tens ninguém?
Meu querido, eu fechava-me dentro de um guarda-vestidos porque sentia que, por mais que fugisse, havia sempre gente... É uma questão de perspectiva. E a tua, neste momento, não é sã.
É triste, deprimida e distorcida. Mas vai passar. Amanhã já passa.
E amanhã toma o teu pequeno almoço e nota como o café cheira bem; e quando saíres para trabalhar, vê como a luz da manhã é linda; dá um mega "bom dia!" a toda a gente no trabalho e eles vão ter um dia mais alegre; come uma boa sobremesa no fim do almoço; toma um bom café e fuma um cigarro devagaaaaaaaaaaaaaar.... Ao fim do dia, cansado, despe-te, toma um banho bem quente, põe uma roupa confortável e deita-te, sabe tão bem...! Há milhões de pequenas coisas tão boas, que vale a pena ver, sentir, saborear, presenciar... Só tens que saber vê-las. E, se não consegues, pede ajuda a alguém que as aponte para ti. Só não desistas...

Bigodaça

Não sou nada apreciadora de bigodes... Aprecio, sim, a atitude de "ter um bigode". O cuidado. a veneração. O narcisismo orgulhoso.
Ontem estacionei ao lado de uma carrinha-estilo feirante (branca, grande, para poder levar montes de mercadoria) ao mesmo tempo que um senhor entrava lá para o lugar do condutor.
Ao sair do meu carro olho para o lado e vejo o senhor, com uma escova de cabelos (daquelas mesmo largas e bastante farfalhudas) a pentear devotamente o seu bigode, olhando para o retrovisor.
Fiquei maravilhada... Eu, que às vezes nem tenho paciência para pentear o cabelo...

16/04/2010

Revisão

Ontem fui ao café com o amigo Luís, que me questionou sobre a frase "Espera. Amanhã já passa." que ele viu no meu perfil do hotmail... Expressão que também é o protector de ecrã do meu computador e da qual aqui já falei ao de leve... e depois aqui também.
Então expliquei-lhe. Fiz uma viagem no tempo e voltei a pensar em coisas que há meses estavam muito bem arrumadas num canto escuro da minha cabeça. O tempo em que além de ansiosa, eu era uma pessoa deprimida, que tomava anti-depressivos diariamente, que andava curvada e que chorava todos os dias. Todos, mesmo.
Houve um tempo em que eu me recusava sair com as colegas de casa da faculdade, o Quarteto Fantástico, no qual eu comecei a destoar. Recusava-me a sair porque não sentia a vivacidade e alegria delas. E depois, quando estava sozinha em casa, chorava porque me sentia só e abandonada e incompreensível (incompreensível é diferente de incompreendida, porque o mal não era falta de atenção delas, mas excesso de complicação minha).
E quando havia mais gente em casa, eu sentia-me invadida e perseguida de tal forma, e a precisar tão desesperadamente de isolamento que ia para o quarto, no outro extremo da casa, fechando todas as portas pelo caminho e, não contente com isso, cheguei a fechar-me dentro do guarda-vestidos, para ter a certeza que ninguém me seguia, ninguém me via.
Houve um tempo em que eu tremia todos os dias ao acordar porque havia tooooooooodooo um longo dia pela frente, que eu não sentia ter força ou dignidade para enfrentar. À noite, ir para a cama, era a minha hora favorita. Porque havia silêncio. Porque já ninguém esperava por mim, já ninguém me via; era só eu, o silêncio e o cobertor, que me tapava até à cabeça, se eu quisesse.
Por vezes, era neste silêncio que a ansiedade e o terror pelo dia seguinte me atacavam e eu cheguei a pedir à minha mana, que dormia comigo e que tinha na altura pouco mais de metade da minha idade, que ficasse ainda a ver TV, só até eu adormecer. Para eu ouvir um som qualquer, para não ser só os sons da minha cabeça e o escuro total. E ela ficava. Noites seguidas a minha mana pequenina esperou acordada que eu adormecesse para apagar a televisão e dormir ela também.
Muitas vezes, estando sozinha em qualquer lado, chorava. Por tudo; por nada. Pelo que era a minha vida; pelo que eu queria que ela fosse e não conseguia; pela minha alegria, que eu já não tinha...
Eu sentia-me transparente, somo se toda a gente visse os meus problemas, os meus defeitos, as minhas hesitações... Emagreci. Cheguei a pesar 49 Kg, não porque quisesse, mas porque não conseguia comer. Sentia-me feia. Esquelética. Deformada. Anormal.
Eu não sei de onde tudo isto veio. Sei que veio de repente. Eu era normal e, de um momento para o outro, deixei de ser quem era. Deixei de ser alegre e de conseguir olhar para o futuro sem o temer.
Já fiz um longo caminho e sou hoje tão forte...! Rio tanto, tanto...! Rio sempre. Em alguns sítios sou conhecida como aquela pessoa que tem sempre um sorriso. Já ouvi alguém dizer "ainda bem, é sinal que está bem com a vida!". Não é bem assim. Não digo que tenho problemas maiores que os outros mas, de certeza, tenho problemas que os outros não imaginam. E sou grande e forte porque sorrio tão espontaneamente, apesar de tudo.´
Há muito tempo não pensava nesta fase da minha vida, nestas coisas que fiz, dignas de constarem nos diários de serviço do Júlio de Matos. Acabei por choramingar um pouco, enquanto explicava ao amigo Luís o porquê do "amanhã já passa".
Porque, às vezes, ainda tenho medo e tremo. Mas hoje eu sei que não é definitivo. É fruto da minha mente alterada, como se tivesse posto uns óculos com a graduação errada. De manhã, o sol é sempre igual, a vida é sempre igual. E é essa certeza que me permite continuar, saber que amanhã vai passar e eu vou rir genuinamente.
Hoje já não me sinto feia. Ganhei peso, cuido do meu cabelo, não ando tanto de óculos, mas ponho lentes de contacto; vou ao ginásio para cuidar e embelezar o meu corpo; até a minha tatuagem é um símbolo de aperfeiçoamento e beleza. E as estrelas são corpos que brilham com luz própria, são as minha musas...
Ufa... que grande desabafo... nem sei bem porque vim escrever sobre isto agora.
Talvez porque já tenha criado o distanciamento necessário para olhar para tudo isto e, em vez de doer, sentir-me crescer, tipo: "olha só o que já andaste!!"

12/04/2010

Balanço da folga

Missão cumprida. Levantei cedo. Fiz compras. Passei a manhã na rua. Preparei almoço. Fiz os brigadeiros. Arrumei a cozinha. Pus máquina da roupa a lavar e estendi.
E à tarde, a Gi convidou-me para ir tomar um chazito... Adorável Gi!!!
E depois ginásio... E depois a mana que prepare o jantar, que estou cansada. =)
Mas foi um dia bom.

Plano de folgas

Vou ter duas folgas seguidas... Yupiiii!!! =)
A partir do momento em que acordar amanhã, vou estar convertida na verdadeira fada do lar novamente, que me possuirá até ao final do dia de terça-feira.
NÃO VOU passar o dia de pijama; comer restos aquecidos; fazer um apanhado de cabelo esquisito só para não ter que me pentear; falar sozinha pela casa fora;... e outras coisitas que amanhã me vou lembrar quando me vir na situação...
VOU fazer brigadeiros. E compras. E aula de combat e step no gym. E alface para acompanhar o almoço.
Parece-me que são boas resoluções para os meus dois dias de folga maravilhosos.

Mas aceitam-se sugestões.

09/04/2010

Apetecia-me mesmo.... #3

... um almoço constituído por sopa, prato e sobremesa...


Hum... apetecia-me tanto que até é mesmo assim que vai ser.

05/04/2010

Alegria Pascal

Uma semana de imenso trabalho e trabalhos fora do trabalho, as actividades ligadas à Páscoa, a partida da mãe, família para passar a Páscoa cá em casa... E eu aguentei tudo muito bem, diga-se... Gosto da Páscoa. Gosto da alegria, dos Aleluias, da Missa da Ressurreição, longa mas soleníssima... Enfim... Tudo isto terminou hoje. Foram dias frenéticos e, depois, em menos de 2h já toda a gente tinha ido embora.
Precisava ficar só. Precisava de um tudo-nada de egoísmo. Por isso, aproveitando ter ficado sozinha em casa porque a mana foi dormir a casa da avó, fiz duas aulas seguidas no ginásio, cheguei a casa feita num 8, jantei sentada no sofá, tomei um duche ultra demorado, besuntei-me de creme, vesti o pijama e deitei-me no sofá com o computador...
É óptimo assim.
Não o estar sozinha. Não o estar cansada. Mas o não me sentir mal... ou melhor, sentir-me bem por estar assim.
Em dias como hoje, eu sinto-me grande. Sinto-me capaz.

03/04/2010

Quebrámos os dois

"Era eu a convencer-te que gostas de mim,
Tu a convenceres-te de que não é bem assim.
Era eu a mostrar-te o meu lado mais puro,
Tu a argumentares os teus inevitáveis.
Eras tu a dançar em pleno dia,
E eu encostado, como quem não vê.
Eras tu a falar pra esconder a saudade
E eu a esconder o que não se dizia.
Afinal quebrámos os dois, afinal...
Quebrámos os dois."

Eu e aquele meu amigo (o que já não o é), o mesmo desta situação aqui, e daquela outra acolá, tínhamos uma veneração especial pelo Tiago Bettencourt (o dos Toranja, que agora canta com os Mantha). Eu adoro a voz dele e acho que ele faz magia com as palavras, enquanto compositor... E sou capaz de jurar que tenho uma história na minha vida que encaixa que nem uma luva em cada uma das suas músicas...
E esta "quebrámos os dois" passou a fazer mais sentido ainda agora que tudo aquilo aconteceu entre mim e o meu amigo. Com a diferença que era eu quem dançava e ele quem permanecia encostado.
Porque eu desliguei-me. Deixei de o procurar. Deixei primeiro de lhe demonstrar que me importava e, agora, deixei de me importar mesmo. Tem grandes problemas, o meu amigo. De revolta, de prepotência, de egocentrismo (ele ficava doente quando lhe dizia isto)... E eu posso não ser a melhor pessoa do mundo, a melhor conversadora, a mais inteligente... Mas tinha em mim a firme certeza de que nunca o iria atraiçoar... A dada altura, não sei porquê, isso passou a valer zero. Mas já me passou.
E agora ele sorri para mim novamente. E fala-me. E parece-se muito com o que era antes. Mas eu já não sou a mesma. Não posso voltar a trás. Regredir.
Porque eu sou melhor agora. Porque eu era dependente dele e, quando me deixou, senti faltar-me o ar durante dias seguidos. Não posso voltar a dar esse poder a ninguém. Muito menos a ele, cujo humor muda como as marés.
A nossa história foi sempre atribulada. Ele sempre a dar-me para trás e eu sempre a insistir, sempre presente, sempre amiga. Um dia ele disse-me "às vezes penso que se não fosses tu, eu teria ficado sem ti".
Mas agora ficaste mesmo, querido amigo. Quebrámos os dois.

01/04/2010

Apetecia-me mesmo.... #2


E falando em comidinhas... Qualquer dia experimento algo vegetariano...
HUMMMM............... =)

Fada do lar...

Folga. Passei parte da manhã a dormir... Tomei o pequeno almocito, apanhei roupa lavada e estendida ontem (é bom... às vezes ela fica lá dias seguidos e apanho-a mais seca que um bacalhau), cozinhei 30 almôndegas...
Não. Não vem cá o batalhão de infantaria almoçar. Eu é que não tenho todos os dias pachorra para cozinhar, por isso, cozinho quantidades astronómicas que são depois cuidadosamente dispostas em tupperwares (tamparueres, como eu dizia quando era pita) pequenos e congeladas...
As almôndegas são óptimas porque não se nota mesmo a diferença entre as frescas e as congeladas. Aprendi por experiência própria que nem toda a comida é assim.
E agora vou preparar uns peitinhos d frango pra mim e prá mana... E estou bem-disposta. Há dias em que cozinhar tem um efeito terapêutico. Outros, principalmente quando estou ansiosa, é um suplício porque só o cheiro me dá náuseas...
Está a ser um dia bom...