03/12/2013

"O Impressionista", de Hari Kunzru


Diz a crítica que este é o melhor primeiro romance inglês dos últimos tempos... Por muito despropositada que esta distinção possa parecer, o título, e a sinopse ajudaram-me a decidir lê-lo.
E e, realmente, uma narrativa magnifica. Acompanhamos a fabulosa vida de Pran Nath, nascido no seio de uma abastada família indiana, nos anos 20, um príncipe branco numa nação onde quão mais escuro tom da pele, mais miserável e desprezada a condição social. Inesperadamente, Pran vê-se mendigo, a viver nas ruas fétidas e imundas povoadas de mendigos e malfeitores, e assim começa a sua caminhada, primeiro rastejante, por alcançar um lugar digno na sociedade e no mundo. Este "impressionista" vai assumindo diversas formas e identidades, torna-se um ser frio, calculista e dissimulado e comove, por ser um anti-herói tão desafortunado. Este livro levanta algumas questões profundas sobre a importância real daquilo que valorizamos e ensina que, tantas vezes, o que pensamos querer é, na verdade, o oposto daquilo que nos fará felizes. Pelas peripécias, pela mestria com que aborda as emoções e mesquinhices do homem, pelo documento da sociedade indiana e inglesa do inicio do século XX, tão semelhantes ao que são hoje, vale a pena a leitura deste livro.

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