16/03/2015

A solidão não tem poesia nenhuma. Aquelas imagens noveleiras ou cinematográficas de protagonistas que atravessam a sua solidão com bravura e estoicismo, com uma música introspectiva de fundo, candeeiros com luzes quentes e um ambiente acolhedor... São mentiras. A solidão que vivemos nada tem desse calor sereno, as velas acesas perfumam o espaço mas não confortam; um banho prolongado ocupa algum tempo mas ao mesmo tempo que a toalha nos seca o corpo tambem nos leva a serenidade que experimentámos; o sofá é acolhedor e as luzes são quentes mas não chegam para nos aquecer por dentro.
A solidão é um eco de nós. Se entrarmos nela de livre vontade, serenos e optimistas, ela vai ser apaziguante. Mas se nos forçarem, se olharmos para ela com medo, ela vai paralisar-nos.
Eu já experimentei as duas... Acho que já todos experimentámos.
Vai do nosso estado de espírito, da nossa paz interior e da nossa capacidade de acreditar que logo, logo, vamos estar mais felizes... Está a faltar-me isso, neste momento...

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