28/07/2015

Auto-análise

Todos os dias são de aprendizagem. E, como todas as aprendizagens, esta também é trabalhosa...
Tenho tentado conhecer-me melhor, nestes últimos meses... Nas conversas com a psicóloga, com a acupuntora, com os amigos que se dispõem a ouvir-me. Tento conhecer-me melhor e perceber os mecanismos deste medo irracional que tenho de tudo e de todos... E a conclusão dolorosa a que vou chegando mostra-me que a raiz de tudo é a falta de auto-estima e auto-confiança que trago em mim...
Se questionada acerca do que gosto menos em mim, ou do que gostaria de poder mudar, eu não sei o que dizer. Não há nada, aparentemente, em que eu me desconsidere em relação aos outros. Mas, de alguma forma, este sentimento de inferioridade e insegurança intrínseco está cá e manifesta-se todos os dias, nas pequeninas coisas.
A instrutora de yoga diz que a Prática tem a ver com atingir um estado de consciência e lucidez, de compreensão do mundo e, por fim, a aceitação serena do que é e não pode ser alterado por nós ou pela nossa vontade. Anos-luz separam-me desse estado mental e eu desejo de todo o coração ter a resistência e perseverança para ir fazendo o caminho, passo a passo, até conseguir encontrar essa condição de serenidade e de estima por mim própria.
Tenho anos de maus hábitos de isolamento e egocentrismo acumulados, e quero neste momento pensar que a caminhada desconfortável que estou a fazer tem em vista  libertação definitiva desse sistema de fugas ao que me amedrontava.
Pesa-me saber que quem está próximo de mim se apercebe das minhas flutuações de ânimo e espera ver resultados há já muito tempo. Mas preciso que sejam pacientes. Eu estou a ser paciente. E tento torna-me uma pessoa melhor, mais tolerante e disponível, mais activa e consciente... Menos focada em mim. Ganhar perspectiva, não usar a minha medida para tudo, não comparar, não exigir dos outros aquilo que eu faria... São coisas ridículas, eu sei, mas as pequenas frustrações acumuladas pelo facto de eu não ter nunca interiorizado estes valores, amesquinharam-me. E preciso crescer. Para viver, preciso crescer.